América Latina,Cusco,Peru

Realizando o sonho de conhecer Cusco!

Cusco ganhou meu coração logo na noite em que cheguei, na primeira vista da Plaza Mayor: as luzes amarelas da praça, os pontinhos de luz que sobem pelos morros ao redor e ao centro, o monumento em homenagem aos incas cercado por igrejas imponentes e pelos prédios característicos da cidade.

E a partir daí só foi melhorando: lhamas fofas com adereços coloridos estão por toda parte, enquanto a gente caminha pelas ruas com lojas coloridas e uma energia única. Não é atoa que em 1983 foi declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.

Destino: Cusco
Data da viagem: 02 a 07 de novembro de 2022
Roteiro simplificado: Aqui!

Ficamos em Cusco quatro dias inteiros, com coisas para fazer todos os dias e ainda mais que ficou por fazer. Seguindo a recomendação universal de esperar o corpo se acostumar com a altitude a 3.400 metros acima do nível do mar, deixamos a programação apenas para o dia seguinte à nossa chegada. Desembarcamos no aeroporto Velasco Astete no fim da tarde, embarcamos no Uber (que atendeu super bem tanto em Cusco como em Lima) e fomos aproveitar a capital do império inca de leve, depois de relaxar um pouco no maravilhoso Novotel Cusco.

Dia 1 – Andanças pela cidade

Foi da Plaza Mayor que começamos o nosso tour pela cidade no primeiro dia inteiro em Cusco. É possível andar pelas ruas ao redor da praça durante o dia inteiro, num roteiro cheio de charme entre as ruas paralelas e transversais. Como ainda estávamos sentindo a altitude, fizemos o passeio com calma pelos arredores da praça e apostando no chá de muña para ajudar a amenizar o mal da montanha. Diferente do chá de coca, o chá de muña não é estimulante e ajuda mais na digestão.

Além da Catedral, também está na praça a Iglesia de La Companía de Jesús. E ao redor da praça os portais abrigam restaurantes, hotéis, lojas de artesanato, de jóias, de artigos de aventura e também agências que oferecem passeios para os arredores de Cusco. 

As ruas do entorno têm ainda mais lojas e, no fim do dia, passam a funcionar pequenas feirinhas de artesanato que se você passar distraído, nem percebe. Por perto também estão as praças Regocijo e San Francisco, no sentido do Mercado San Pedro. Do lado oposto, a Plazoneta de las Nazarenas e a Plaza Tricentenario também valem a visita.

Depois que o soroche passou, deu até para aproveitar uma aula de salsa em uma casa noturna de Cusco.

Dia 2 – City tour

De uns tempos pra cá aderimos aos passeios de ônibus estilo city tour. Não sei se por preguiça ou praticidade, mas esta é uma maneira prática (e confortável) de se situar nas cidades. Por isso, apostamos no Cusco Open Tour. 

O processo foi um pouco confuso. Compramos os bilhetes em uma loja perto do hotel onde estávamos hospedados e o combinado foi de, no dia seguinte, nos encontrarmos na loja para então seguirmos para o ônibus. Chegamos na hora marcada e… a loja estava fechada.

Fomos então para a Plaza Mayor (sempre e tudo acontece ali) onde estavam reunidos vários grupos de tour, além do pessoal que estava assistindo uma cerimônia em frente a catedral, simulando um combate entre incas e espanhóis.

Até achar o nosso grupo demorou um pouquinho, mas deu certo. Ainda ficamos esperando um tempo, o suficiente para comprar um chapéu e então seguir para o tour.

No trajeto, passamos por pontos importantes da cidade, como a Av El Sol, as ruínas de Coricancha (que estavam fechadas por causa de uma greve), as Muralhas de Sacsayhuamán e o Complexo Arqueológico Q’enqo. 

Uma das paradas acompanhamos um ritual andino. A informação era que o responsável pelo ritual era um morador dos Andes, que vinha de tempos em tempos para a cidade fazer os rituais. Se é verdade, não sei, mas achei interessante. Foi um momento de reflexão e de pedir para Pacha Mama (ou mãe terra) proteção – o que sempre vai bem!

A segunda parada foi no Cristo Blanco, de onde temos uma vista geral de toda a cidade e, claro, mulheres com roupas típicas e lhamas fofas enfeitadas. Vale a pena pela vista!

Depois de um almoço delícia no hotel, seguimos para mais uma caminhada pela cidade, dessa vez passando pela Pedra de Doze Ângulos, instalada pelos incas em um muro de pedras que têm o encaixe perfeito e nenhum produto para fixá-las, uma tecnologia que até hoje intriga pela complexidade e perfeição. Perto dali, a Plaza Tricentenario tem uma vista linda. E terminamos o dia, claro, na Plaza Mayor.

Dia 3: Mercado e mais andanças

Nosso roteiro inicial foi adaptado. Para o terceiro dia em Cusco estava prevista uma visita à Laguna Humantay, que é simplesmente incrível. Mas como chegar até lá é complicado (li relatos variados, de gente que sofreu muito e outras que nem tanto), decidimos deixar para a próxima visita ao Peru. Não nos preparamos fisicamente o suficiente e ficamos com receio de ir até lá e não conseguir chegar até a laguna. Seria bem frustrante…

Sendo assim, fizemos uma visita guiada à Catedral de Cusco, que foi super interessante. Entre altares lindíssimos de ouro e prata, é lá que está exposto o quadro da Última Ceia em que Jesus e os Apóstolos estão jantando o cuy peruano, o porquinho da índia que é um prato tradicional do país. A obra do artista Marcos Zapata gerou muita polêmica quando foi apresentada, no século 18. Uma pena não ser permitido fazer fotos lá, somente da rua, quando as portas estão abertas, o que acontece apenas nos horários das missa.

Da catedral partimos para mais uma experiência interessante: Mercado de San Pedro, com suas barracas de comida em condições suspeitas de higiene. Vale a pena passar pra ver (ou não) os cardápios tradicionais. Mais que isso, é uma mistura incrível de cores, com barracas que também vendem grãos – muito milho, vários tipos de batatas, quinoa etc etc etc – e dezenas de tipos de batatas. O artesanato também marca presença.

Terminamos o dia em um tour pelo bairro San Blas, na parte alta da cidade e onde está a considerada rua mais bonita de Cusco, a Calle Siete Borreguitos. Por ali passamos ainda pelas calles Tandapata, Siete Culebras e Resbalosa. É uma caminhada super agradável, que ficou ainda mais legal ao chegarmos na Plaza Mayor e encontrarmos uma festa de casamento bem ali, no meio de todo mundo!

Parênteses sobre o tempo seco em Cusco

Esse é um ponto importante! Em novembro de 2022, o tempo estava muito seco em Cusco, com dias muito quentes e noites bem frias. Isso me acertou em cheio, o suficiente para desencadear uma crise chatíssima de rinite. Sim, fiquei doente lá: não respirava direito, dor de cabeça (não mais pela altitude), não conseguia dormir. Foi um saco.

Pra atrapalhar, não encontrava nas farmácias frascos de soro fisiológico para hidratar o nariz como os que temos por aqui no Brasil. Um dos medicamentos que tentei usar para hidratar o nariz era muito forte e ao invés de me ajudar, me fez sentir ainda pior. 

Só melhorei em um dos passeios que contratamos. O motorista era irmão de uma médica que me indicou um remédio que graças a Deus me ajudou a melhorar. A essa altura, já estava preocupada com meu estado para visitar o Machu Picchu (mas deu certo).

Dia 4: Pisac

Escolhemos um tour privado da Taxi Datum para fazer a visita a Pisac, sítio arqueológico do povoado localizado no Vale Sagrado dos Incas. Fizemos a reserva pelo site, com antecedência, e o motorista chegou pontualmente ao nosso hotel. Em menos de duas horas estávamos na cidade hoje em ruínas e com uma vista incrível.

A visita demanda um pouquinho de esforço – não sei se senti mais porque ainda estava mal por causa da rinite mais o sol que estava forte. De qualquer maneira, vale muito a pena a visita, especialmente do alto. Outro bom investimento foi contratar uma guia na entrada do sítio. Adoro quando tem alguém para explicar tudo, principalmente só pra mim!

O passeio fica completo com a parada no mercado de Pisac, com lojas de artesanato regional junto com uma feira frequentada pelos moradores locais. Foi ali que encontramos um forno comunitário onde os moradores assam pães, batatas e outros alimentos, e onde estavam também assando empanaditas deliciosas. Fresquinhas, recém saídas do forno e aquela simpatia que encontramos em cidades pequenas – que eu adoro. Muito especial.

Dia 4: Seguindo viagem

Logo cedo, um carro da Taxi Datum nos esperava em frente ao hotel para seguir viagem até o Machu Picchu. Um trajeto muito especial e com paisagens maravilhosas!

Mais um pouquinho de Cusco

Na volta de Aguas Calientes e antes de seguirmos para Lima ficamos mais uma noite em Cusco. Apesar de poucas horas, a parada foi muito especial. Ficamos hospedados no El Virrey Boutique, localizado na Plaza de Armas, de frente para a Catedral. Na primeira vez que planejamos a viagem para Cusco já tínhamos reservado esse hotel e não quis deixar passar a oportunidade.

Dormir literalmente virada para a Catedral foi interessante, especialmente por ver a Plaza Mayor vazia durante a madrugada e no início da manhã. E como estava tão perto, acordei cedo para acompanhar a missa e admirar ainda mais a arquitetura. Fechando a primeira visita a Cusco com chave de ouro!

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